O histórico controverso de um neobolsonarista na corrida pela prefeitura de Escada no PT.
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Artigo de opinião por Sanchilis Oliveira.
O cenário político brasileiro é marcado por reviravoltas e alianças inesperadas, e a recente filiação do advogado Klaus Lima ao Partido dos Trabalhadores (PT) não passa despercebida nesse contexto. Com a intenção de disputar a prefeitura de Escada no próximo ano, ele que já foi secretário municipal, levanta questionamentos sobre sua trajetória política e a conveniência de sua entrada no PT.
Em 2018, durante um dos momentos mais cruciais para o PT, Klaus Lima revelou uma faceta surpreendente ao comemorar nos bastidores a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, quando o partido necessitava de apoio e militância, Lima virou as costas para o PT e seguiu na surdina os passos de seus familiares que aderiram à corrente bolsonarista.
As eleições de 2022 trouxeram uma onda de rejeição ao bolsonarismo no Nordeste, culminando na derrota do ex-presidente Bolsonaro no Brasil. Klaus Lima declarou publicamente seu apoio a Lula e Marília Arraes, visando, aparentemente, sua futura candidatura em 2024. Contudo, é controverso ver um ex-bolsonarista sendo indicado para liderar uma frente de partidos federados em nome da democracia compostos por siglas históricas como PCdoB, PV e PT, especialmente considerando seu histórico político.
Uma das polêmicas de sua gestão como secretário municipal foi a ideia de redução da carga horária dos professores efetivos, uma manobra jurídica que foi aprovada pelos vereadores da base na época, tirando cerca de 40 horas de diversos profissionais, que na época gerou críticas do sindicato da categoria, o SindProme, além de ter sido conivente com o não repasse do desconto da contribuição sindical deixando tanto o SindProme como o Sintrame em situação financeira complicada. Essa medida levanta dúvidas sobre o compromisso de Klaus com a educação, com os servidores públicos municipais e os direitos dos profissionais da área. Outro fato também é ter sido do núcleo duro da gestão que deixou salários dos funcionários atrasados no mês de novembro e dezembro de 2020, como também o 13º salário destes profissionais, e ter permanecido em silêncio todo o tempo.
Outra questão controversa é o fato de Klaus Lima não ser escadense, mas acusar seus adversários políticos de forasteiros. Isso contradiz sua própria trajetória e o discurso de setores do PT de Escada, que antes afirmavam que a cidade era dos escadenses e forasteiros não eram bem-vindos. É notável que até mesmo o presidente eleito do PT de Escada, Jonh Kennedy, não é natural da cidade, enfraquecendo ainda mais essa retórica territorialista.
É importante ressaltar que a filiação de Klaus Lima ao PT não o torna automaticamente um nome do campo da esquerda e progressista. Sua entrada no partido parece mais uma estratégia política, como uma colcha de retalho, aproveitando o momento de ascensão do PT no país, com o retorno de Lula à presidência. No entanto, essa permanência no PT pode ter prazo de validade, já que, como diz o ditado popular, “Nenhuma máscara dura para sempre. A face verdadeira há um dia de se revelar”. O tempo dirá qual é a verdadeira motivação por trás dessa filiação e se ela será duradoura ou apenas uma conveniência momentânea na carreira política de Klaus Lima.
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