sexta-feira, novembro 22

Vereador do PSB é cassado após denunciar vereadores em SP

Embu das Artes viu o julgamento do vereador Abidan Henrique, defensor da educação inclusiva, acusado de suposta quebra de decoro parlamentar em caso que polariza opiniões.

Vereador do PSB  Abidian Henrique da Silva. Foto: Arquivo Pessoal
Vereador do PSB Abidian Henrique da Silva. Foto: Arquivo Pessoal

Embu das Artes, SP – 29/02/2024 – Esta semana, os holofotes políticos se voltam para o município de Embu das Artes, em São Paulo, onde o vereador Abidan Henrique da Silva, de 26 anos, enfrenta um inusitado processo de cassação, marcado para quarta-feira (28/02). A acusação de quebra de decoro parlamentar surgiu após Abidan denunciar colegas por esvaziar uma sessão para debater a transferência de R$ 2 milhões da Saúde para a Cultura, visando financiar o evento Embu Country Fest. Alega-se que suas palavras, ao dizer que os vereadores “fugiram como ratos”, foram além do aceitável.

🏛️ Na última quarta-feira, a Câmara de Vereadores de Embu das Artes, na Grande São Paulo, tomou uma decisão polêmica ao aprovar a cassação de Abidan Henrique (PSB), único parlamentar abertamente de oposição ao governo do prefeito Ney Santos (Republicanos). A votação, com 14 votos a favor, um contra e uma abstenção, revelou a polarização política que assola o município.

O pedido de cassação, assinado por Betinho Souza (PSD), 1º secretário da Mesa Diretora da Câmara, alega que Abidan teria proferido palavras de ódio em uma transmissão nas redes sociais. No centro da controvérsia estão as declarações do vereador durante a 32ª Sessão Ordinária, na qual denunciou a destinação de R$ 2,5 milhões da Saúde e Segurança para shows na cidade, classificando a situação como uma “várzea” e uma “patifaria”.

O presidente da Câmara, Gilson Oliveira (Republicanos), é apontado como possível autor do pedido, levantando questionamentos sobre a imparcialidade do processo, uma vez que pertence ao mesmo partido do prefeito. Oliveira, no entanto, nega qualquer participação na elaboração da proposta.

Abidan Henrique, por sua vez, enxerga a cassação como uma retaliação por parte dos aliados do prefeito Ney Santos e promete recorrer judicialmente. “Essa acusação é absurda porque fere um direito básico de um parlamentar: a inviolabilidade de sua fala. Preciso ter liberdade de expressão para debater temas sensíveis como a retirada de dinheiro da saúde e da segurança”, argumentou o parlamentar.

📚 Destaque na política local, Abidan não se limita ao cenário político. Em 2018, ele foi um dos responsáveis pela criação do curso pré-vestibular Km 23, oferecendo aulas gratuitas a estudantes de Embu e municípios vizinhos. A iniciativa, voltada para alunos de baixa renda, especialmente jovens negros e periféricos, busca promover igualdade de oportunidades na educação.

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🌈 “Pela educação, é possível alcançar a igualdade de oportunidades”, ressalta Abidan, destacando a importância de princípios como igualdade, pluralismo e consideração à diversidade étnico-racial presentes na Lei de Diretrizes e Bases do ensino.

⚖️ Abidan não é apenas um defensor da educação inclusiva; ele é também um exemplo de superação pessoal. Enfrentando adversidades, ele conquistou sua formação e incentivou seus pais a estudarem. Sua mãe, Cleide Oliveira, ex-empregada doméstica por 12 anos, tornou-se professora, e seu pai, outrora marceneiro, seguiu os passos do filho e se formou em engenharia.

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🎓 Juntos, em 2014, pai, mãe e filho realizaram a prova do Enem, alcançando o sonhado curso superior. Esse contexto motivou diversos grupos e entidades em todo o país a lançar campanhas e coletar assinaturas em defesa de Abidan, que, até o momento, não obteve posicionamento da Câmara Municipal ou da prefeitura de Embu sobre o caso.

A cassação de Abidan Henrique levanta discussões sobre a autonomia do poder legislativo municipal e a relação entre oposição e situação no cenário político local. O parlamentar, por sua vez, permanece firme em sua posição, defendendo sua liberdade de expressão e prometendo lutar contra a decisão da Câmara na esfera judicial.

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