sábado, agosto 16

Novas informações reforçam denúncias contra Dani Portela

Documentos indicam que três empresas no mesmo prédio receberam verba do gabinete de Dani Portela.

Dani Portela enfrenta novas acusações.Foto: Roberto Soares

Mais informações e documentos obtidos por nossa equipe voltaram a circular, indicando novos indícios de irregularidades nos gastos das verbas indenizatórias do gabinete da deputada estadual Dani Portela (PSOL) na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe).

De acordo com os dados, além dos R$ 457,2 mil pagos à Coutinho Assessoria Ltda., de propriedade do tio do marido da parlamentar. Outras duas empresas contratadas pelo gabinete têm sede no mesmo endereço: Alves & Lucena Advogados Associados, que recebeu R$ 159,1 mil, e Lucena Participações Ltda., com repasses que somam R$ 90 mil.

Empresas no mesmo endereço receberam 57% da verba

As três empresas – todas com endereço no Edifício Ébano, na Rua da Aurora, bairro da Boa Vista, no Recife. Receberam juntas R$ 706,3 mil, o equivalente a 57% de toda a verba indenizatória destinada ao gabinete de Dani Portela.

A situação da Alves & Lucena Advogados Associados chama atenção: fundada em 29 de julho de 2024. A banca jurídica começou a prestar serviços ao gabinete dois dias depois e recebeu pagamentos iniciais de R$ 19.888 por mês. Em outubro de 2024, o valor caiu para R$ 11.928.

Ligação entre empresas

O endereço da Alves & Lucena Advogados Associados é idêntico ao da Coutinho Assessoria Ltda.: Edifício Ébano, Rua da Aurora, 325, sala 003. A banca pertence a Renato Lucena do Nascimento Júnior e Marcelo Ricardo Alves dos Santos Neto.

Renato Lucena também é proprietário da Lucena Participações Ltda., que recebeu repasses mensais de R$ 3,6 mil entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2025, totalizando R$ 90 mil, classificados como gastos com “imóveis”.

A empresa está registrada no mesmo edifício, porém na sala 1011. Documentos consultados mostram que Renato Lucena foi doador da campanha de Jesualdo Campos (PSOL) à Prefeitura de Olinda, em 2020, e é sócio de outras empresas contratadas pelo partido nos últimos anos.

Contexto e próximos passos

A concentração de contratos em empresas de um mesmo endereço tem levantado questionamentos sobre a regularidade dos gastos. A Alepe mantém o acesso público às verbas indenizatórias e informou que acompanha o caso conforme previsto nos mecanismos de controle interno.

Até o momento, não há conclusão definitiva sobre irregularidades. A assessoria de Dani Portela e os envolvidos não haviam respondido aos questionamentos até o fechamento desta reportagem.

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