Nomeado por Rodrigo Farias, assessor move ações que impactam milhões em contratos de publicidade do governo.

Nos últimos meses, Pernambuco tem assistido a uma série de movimentos coordenados contra a comunicação institucional do Governo do Estado. No centro dessa polêmica está o deputado estadual Rodrigo Farias (PSB), atual vice-líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O parlamentar vem sendo chamado nos bastidores de “inimigo da comunicação”, devido às ações que têm resultado na suspensão de campanhas e licitações essenciais para a divulgação de políticas públicas.
As ações judiciais que paralisam a comunicação oficial
O episódio mais recente envolve uma ação protocolada no Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) por Pedro Queiroz Neves, assessor direto de Farias. Nomeado em fevereiro de 2025 para a liderança da oposição, Pedro Neves ganhou notoriedade após assinar a petição que pediu a suspensão da campanha publicitária do governo Raquel Lyra (PSD), alegando suposta violação ao princípio da impessoalidade.
Não satisfeita, a ofensiva se estendeu à suspensão de uma licitação de R$ 120 milhões destinada à contratação de quatro agências de publicidade. A medida cautelar, acolhida de forma monocrática pelo conselheiro Eduardo Porto, teve como base outra petição assinada pelo mesmo assessor de Rodrigo Farias.

Quem é Pedro Queiroz Neves? As perguntas que não querem calar
A trajetória de Pedro Queiroz Neves chama a atenção. Até então desconhecido no meio jurídico e publicitário de Pernambuco, o advogado, com capital social de apenas R$ 6 mil e sem histórico de grandes causas, conseguiu paralisar contratos de grande porte que impactam diretamente a comunicação pública do Estado.
As dúvidas levantadas nos bastidores da Alepe e entre especialistas em comunicação pública são inevitáveis:
- Como um advogado sem representatividade institucional consegue tamanha influência?
- Quem está por trás das ações movidas por ele?
- Existe orientação direta de Rodrigo Farias?
- Quais interesses políticos estão sendo atendidos com essas suspensões?

Impacto político e risco à liberdade de comunicação
É legítimo e necessário que o uso de recursos públicos seja fiscalizado. A transparência deve ser a regra. No entanto, o que preocupa neste caso é a instrumentalização de órgãos de controle para travar, de maneira seletiva e com motivações pouco claras, ações de comunicação que informam a população.
A comunicação institucional não é uma ferramenta de propaganda pessoal de governos. Ela é um direito da sociedade, que precisa estar informada sobre políticas públicas, programas sociais, obras e serviços.
Ao liderar, ainda que indiretamente, movimentos que resultam em censura institucional, Rodrigo Farias e o PSB arriscam comprometer a transparência pública em nome de disputas eleitorais.
O PSB e o uso político das instituições
A atuação de Rodrigo Farias também expõe uma prática recorrente de setores do PSB: o uso político de estruturas institucionais para desestabilizar adversários. Mesmo fora do comando do Executivo estadual, a legenda parece buscar, por outros meios, manter influência sobre a gestão de Pernambuco.
Especialistas em direito público e comunicação, ouvidos por veículos como o Jornal do Commercio e a Folha de Pernambuco, destacam que, embora a fiscalização seja legítima, ela não pode ser usada como arma política.
O custo da guerra política para a sociedade
Rodrigo Farias tem todo o direito de fazer oposição, mas não à custa da informação pública. O debate político precisa ser feito com argumentos, projetos e alternativas. Não com ações que, na prática, bloqueiam o direito da população de saber o que está sendo feito com os recursos públicos.
Ao se tornar protagonista dessas ações questionáveis, o deputado assume, aos olhos da opinião pública, o papel de inimigo da comunicação em Pernambuco.
Pergunta que não quer calar: A atuação de Rodrigo Farias representa zelo pela moralidade pública ou uma estratégia política para silenciar a comunicação do governo?

CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.