sábado, junho 21

Rodrigo Farias: O Inimigo da Comunicação a Serviço do PSB

Nomeado por Rodrigo Farias, assessor move ações que impactam milhões em contratos de publicidade do governo.

Nomeado por Rodrigo Farias, assessor move ações que impactam milhões em contratos de publicidade do governo. Foto: Roberto Soares / Alepe.

Nos últimos meses, Pernambuco tem assistido a uma série de movimentos coordenados contra a comunicação institucional do Governo do Estado. No centro dessa polêmica está o deputado estadual Rodrigo Farias (PSB), atual vice-líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O parlamentar vem sendo chamado nos bastidores de “inimigo da comunicação”, devido às ações que têm resultado na suspensão de campanhas e licitações essenciais para a divulgação de políticas públicas.

As ações judiciais que paralisam a comunicação oficial

O episódio mais recente envolve uma ação protocolada no Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) por Pedro Queiroz Neves, assessor direto de Farias. Nomeado em fevereiro de 2025 para a liderança da oposição, Pedro Neves ganhou notoriedade após assinar a petição que pediu a suspensão da campanha publicitária do governo Raquel Lyra (PSD), alegando suposta violação ao princípio da impessoalidade.

Não satisfeita, a ofensiva se estendeu à suspensão de uma licitação de R$ 120 milhões destinada à contratação de quatro agências de publicidade. A medida cautelar, acolhida de forma monocrática pelo conselheiro Eduardo Porto, teve como base outra petição assinada pelo mesmo assessor de Rodrigo Farias.

Ação de assessor de Rodrigo Farias no TCE-PE expõe polêmica ética. Imagem: OAB-PE

Quem é Pedro Queiroz Neves? As perguntas que não querem calar

A trajetória de Pedro Queiroz Neves chama a atenção. Até então desconhecido no meio jurídico e publicitário de Pernambuco, o advogado, com capital social de apenas R$ 6 mil e sem histórico de grandes causas, conseguiu paralisar contratos de grande porte que impactam diretamente a comunicação pública do Estado.

As dúvidas levantadas nos bastidores da Alepe e entre especialistas em comunicação pública são inevitáveis:

  • Como um advogado sem representatividade institucional consegue tamanha influência?
  • Quem está por trás das ações movidas por ele?
  • Existe orientação direta de Rodrigo Farias?
  • Quais interesses políticos estão sendo atendidos com essas suspensões?

Impacto político e risco à liberdade de comunicação

É legítimo e necessário que o uso de recursos públicos seja fiscalizado. A transparência deve ser a regra. No entanto, o que preocupa neste caso é a instrumentalização de órgãos de controle para travar, de maneira seletiva e com motivações pouco claras, ações de comunicação que informam a população.

A comunicação institucional não é uma ferramenta de propaganda pessoal de governos. Ela é um direito da sociedade, que precisa estar informada sobre políticas públicas, programas sociais, obras e serviços.

Ao liderar, ainda que indiretamente, movimentos que resultam em censura institucional, Rodrigo Farias e o PSB arriscam comprometer a transparência pública em nome de disputas eleitorais.

O PSB e o uso político das instituições

A atuação de Rodrigo Farias também expõe uma prática recorrente de setores do PSB: o uso político de estruturas institucionais para desestabilizar adversários. Mesmo fora do comando do Executivo estadual, a legenda parece buscar, por outros meios, manter influência sobre a gestão de Pernambuco.

Especialistas em direito público e comunicação, ouvidos por veículos como o Jornal do Commercio e a Folha de Pernambuco, destacam que, embora a fiscalização seja legítima, ela não pode ser usada como arma política.

O custo da guerra política para a sociedade

Rodrigo Farias tem todo o direito de fazer oposição, mas não à custa da informação pública. O debate político precisa ser feito com argumentos, projetos e alternativas. Não com ações que, na prática, bloqueiam o direito da população de saber o que está sendo feito com os recursos públicos.

Ao se tornar protagonista dessas ações questionáveis, o deputado assume, aos olhos da opinião pública, o papel de inimigo da comunicação em Pernambuco.

Pergunta que não quer calar: A atuação de Rodrigo Farias representa zelo pela moralidade pública ou uma estratégia política para silenciar a comunicação do governo?



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