terça-feira, abril 22

Hora da Charge – Siqueira quer Marina Silva de volta ao PSB para 2026

Presidente do PSB tenta atrair Marina após disputa interna da Rede, vencida por grupo de Heloísa Helena.

Marina Silva considera migração após disputa na Rede e convite do PSB sinaliza nova articulação.
Marina Silva considera migração após disputa na Rede e convite do PSB sinaliza nova articulação. Charge: Sanchilis Oliveira

A charge apresentada retrata a Ministra Marina Silva deixando a porta do partido Rede Sustentabilidade, fundado por ela mesma, e entrando em outra porta com o símbolo do PSB (Partido Socialista Brasileiro), acompanhada por outras pessoas. Enquanto caminha com um semblante alegre, ela canta a famosa música “Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto / Tô voltando”, trecho que reforça a ideia de retorno e reaproximação política.

A cena é carregada de simbolismo e crítica política. A fita de Möbius, símbolo da Rede Sustentabilidade, representa um ciclo contínuo, um infinito que parece agora interrompido pela saída de Marina. Já a pomba branca do PSB simboliza paz, conciliação e socialismo democrático — ideais que, de certa forma, dialogam com a trajetória de Marina, que começou sua carreira política no PT, passou pelo PV, fundou a Rede e agora retorna ao partido de Eduardo Campos, com quem teve forte aliança em 2014.

A música como símbolo na charge

O cartunista Sanchilis Oliveira escolheu um trecho musical para reforçar o tom do desenho. A música sugere que Marina retorna com familiaridade e segurança, como se reencontrasse um antigo lar político. Esse detalhe dá um tom leve à cena, mas também provoca reflexão sobre a fluidez das alianças políticas no Brasil. A música popular, nesse contexto, traduz o movimento político como algo cotidiano, quase festivo.

As pessoas que seguem Marina representam seus aliados, sugerindo que ela não toma essa decisão sozinha. O grupo caminha com ela em direção ao novo partido, o que reforça a ideia de um movimento articulado e coletivo. O cartunista, ao mostrar essa cena, convida o leitor a pensar sobre o comportamento político no país, marcado por reaproximações estratégicas, rompimentos e reconstruções de alianças.

A linguagem visual da charge intensifica essa crítica. O traço leve e caricatural evidencia o bom humor, mas também insinua uma crítica à naturalização dessas movimentações. O sorriso exagerado de Marina e sua postura confiante sugerem entusiasmo, mas também podem representar ironia — será esse retorno realmente positivo, ou apenas mais um capítulo repetido na política brasileira?

Assim, a charge não apenas retrata uma figura pública em mudança de partido. Ela provoca o leitor, mostra os bastidores das decisões políticas e questiona a coerência ideológica de lideranças que moldam suas alianças conforme o momento político.

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