quarta-feira, julho 2

Vereadora Kari Santos apoia greve de professores no Recife

Kari Santos (PT) apoia greve do Simpere por reajuste de 6,27% e incorporação à carreira. Professores cobram cumprimento da Lei do Piso do Magistério.

Kari Santos na greve dos professores. Foto - Divulgação
Kari Santos na greve dos professores. Foto – Divulgação

A vereadora do Recife, Kari Santos (PT), participou na última sexta-feira (9), de um protesto organizado pelo Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere). A mobilização ocorreu após o início da greve da categoria, que reivindica o reajuste salarial de 6,27% com retroativo a janeiro e a incorporação desse valor à carreira, conforme previsto na Lei do Piso do Magistério.

A proposta mais recente apresentada pela gestão municipal, liderada pelo prefeito João Campos (PSB), oferece um reajuste de 2,45%, com vigência a partir de maio. O percentual foi considerado insuficiente pela categoria, que decidiu pela paralisação das atividades em assembleia.

Ponto de vista da parlamentar

A vereadora Kari Santos se posicionou publicamente a favor das reivindicações dos professores e professoras da rede municipal de ensino.

“Nosso mandato está firme ao lado dos professores e professoras em greve, porque quem luta por valorização e educação de qualidade nunca estará sozinho”, publicou Kari em suas redes sociais.

A petista reforçou o apoio às demandas da categoria e defendeu o cumprimento integral da Lei do Piso. Segundo ela, a valorização docente é essencial para garantir educação pública de qualidade.

O que diz a Prefeitura do Recife?

A Secretaria de Educação do Recife informou, por meio de nota oficial publicada em seu site, que a proposta apresentada à categoria considera os limites orçamentários da administração municipal. A gestão alega ter mantido o diálogo com o sindicato e reafirma o compromisso com a valorização dos profissionais de ensino.

Segundo a Prefeitura, o reajuste de 2,45% reflete as condições atuais do município e está em conformidade com a política de responsabilidade fiscal. A administração também ressaltou que o impacto financeiro da proposta completa (6,27%) representaria desafios para o equilíbrio das contas públicas.

Reivindicações do Simpere

O Simpere, por sua vez, mantém a greve e afirma que não aceitará propostas que desrespeitem os direitos garantidos em lei. As principais reivindicações da categoria são:

  • Reajuste salarial de 6,27% retroativo a janeiro de 2025;
  • Incorporação imediata do reajuste à carreira;
  • Cumprimento integral da Lei do Piso Nacional do Magistério (Lei nº 11.738/2008);
  • Condições dignas de trabalho nas escolas da rede municipal.

O sindicato argumenta que a proposta da gestão não cobre nem mesmo a inflação acumulada e representa um retrocesso na política de valorização da educação.

Contexto legal: o que diz a Lei do Piso?

A Lei nº 11.738/2008, conhecida como Lei do Piso Nacional do Magistério, determina um valor mínimo que deve ser pago aos professores da educação básica em todo o país. O índice de reajuste é calculado anualmente com base no custo aluno/ano e serve como referência para as redes públicas.

Apesar da legislação federal, a aplicação integral do piso ainda é motivo de controvérsia em diversos municípios brasileiros, que alegam dificuldades financeiras para cumprir a norma.

Impasses e perspectivas

A greve dos professores do Recife reacende o debate sobre o financiamento da educação e a valorização do magistério. De um lado, o sindicato exige o cumprimento da legislação e melhores condições de trabalho. De outro, a Prefeitura defende os limites fiscais e a necessidade de equilíbrio financeiro.

Enquanto não há acordo, milhares de alunos da rede municipal seguem sem aulas. A expectativa é que novas rodadas de negociação aconteçam nos próximos dias.

A participação da vereadora Kari Santos nos atos organizados pelo Simpere evidencia o apoio parlamentar à mobilização dos profissionais da educação no Recife. A greve, por sua vez, escancara um impasse entre o cumprimento da Lei do Piso e a realidade orçamentária do município. Resta agora acompanhar os desdobramentos e esperar que as negociações resultem em avanços concretos para a educação pública da capital pernambucana.

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