Deputado Túlio Gadêlha apoia decisão da federação Rede e PSOL, mas destaca necessidade de diálogo entre candidatos.
Após deixar a disputa pela Prefeitura do Recife, o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) aceitou a decisão do comando nacional da federação Rede e PSOL de lançar a deputada estadual Dani Portela (PSOL) como candidata ao cargo executivo da capital pernambucana. Gadêlha também declarou apoio a Portela, contudo, enfatizou que “todo candidato a majoritária precisa ter a grandeza de procurar os outros nomes”.
Ausência de Gadêlha na Convenção
No último sábado (20), Túlio Gadêlha não participou da convenção que oficializou a candidatura de Dani Portela. Ele ainda não conversou pessoalmente com a postulante. Durante o evento, lideranças do PSOL e da Rede afirmaram que Gadêlha é bem-vindo para apoiar o projeto eleitoral da federação no Recife. Contudo, a ausência do deputado foi notada.
Gadêlha explicou que não compareceu à convenção porque considerou o ato “um jogo de cartas marcadas”. Ele revelou que não foi consultado por sua aliada, a governadora Raquel Lyra (PSDB), sobre a definição da chapa da federação. Em suma, sua ausência foi uma forma de protesto silencioso contra o processo que considerou pouco transparente.
Batalha Interna no Partido
Depois que a federação Rede-PSOL oficializou a candidatura de Dani Portela e Alice Gabino (Rede) para a Prefeitura do Recife, Gadêlha, que lutou para ser o escolhido, reconheceu a derrota interna. Ele foi acusado de perseguição dentro da Rede, inclusive pelo próprio irmão, Ricardo Gadêlha, que se lançou candidato a vereador.
Na manhã desta segunda (22), o deputado convocou uma coletiva de imprensa para discutir os próximos passos. Havia expectativas de que ele pudesse judicializar o caso, mas Gadêlha reconheceu a vitória de Dani Portela e confirmou sua saída da disputa pela prefeitura. Questionado sobre seu apoio à candidatura de Portela, ele apontou novos entraves na federação que surgiram na convenção dos candidatos ao Legislativo.
Acolhimento dos candidatos
“O PSOL decidiu pela candidatura da companheira Dani, e eu reconheço a importância dessa candidatura e as regras do jogo democrático. Por isso, ela será a candidata da federação”, afirmou Gadêlha. Ele ressaltou que sua postura dependerá da atitude do PSOL. Segundo ele, o PSOL não acolheu os candidatos da Rede na convenção, deixando-os frustrados e descontentes.
“Ontem, conversei com 11 pré-candidatos a vereador e todos fizeram queixas de que não se sentiram acolhidos. Eles imaginavam que a convenção seria festiva e participativa, mas isso não aconteceu. Se somos uma federação, por mais radical que seja o PSOL, deve haver um acolhimento e um tratamento humano com todos os pré-candidatos”, completou Gadêlha.
Relação com Raquel Lyra
Gadêlha também esclareceu que não faz parte do governo de Raquel Lyra e não era um dos pré-candidatos dela, contrariando afirmações de Dani Portela. Ele comentou sobre o futuro político de Raquel Lyra, sugerindo que ela pode deixar o PSDB e migrar para o PSD antes de disputar a reeleição em 2026.
O desenrolar dos eventos evidencia as tensões internas na federação Rede-PSOL e as dificuldades de conciliação entre seus membros. Túlio Gadêlha, apesar de reconhecer a candidatura de Dani Portela, destacou a necessidade de um diálogo mais inclusivo e acolhedor dentro da federação. Seu apoio a Portela dependerá de como o PSOL tratará os pré-candidatos da Rede daqui para frente. Em suma, a corrida eleitoral no Recife promete ser marcada por desafios internos e reacomodações políticas.
CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.