quinta-feira, dezembro 12

Superávit comercial do Brasil recua em novembro de 2024

Superávit de US$ 7,03 bilhões cai 20% em novembro, mas é o segundo maior desde 1989.

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Superávit comercial do Brasil recua em novembro de 2024. Foto: Marcelo Casal Jr.

O Brasil registrou um superávit comercial de US$ 7,03 bilhões em novembro de 2024. Embora tenha apresentado uma queda de 20% em relação ao mesmo mês de 2023, o resultado ainda é o segundo melhor para novembro desde o início da série histórica, em 1989. A redução no superávit reflete a desvalorização de diversas commodities e o aumento das importações, impulsionado pela recuperação da economia nacional.

As exportações brasileiras totalizaram US$ 28,02 bilhões em novembro, com um pequeno aumento de 0,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, as importações aumentaram consideravelmente, somando US$ 20,99 bilhões, um crescimento de 9,5% no mesmo comparativo.

O superávit acumulado em 2024, até novembro, atingiu US$ 69,85 bilhões, um valor 22% inferior ao registrado no mesmo período de 2023. No entanto, esse montante é o segundo maior da série histórica, ficando atrás apenas do ano passado.

Queda nos preços das commodities impacta exportações

A redução no superávit comercial de novembro está diretamente ligada à queda nos preços internacionais de importantes commodities brasileiras. O petróleo, o minério de ferro, a soja e o milho, que são produtos-chave nas exportações do país, sofreram desvalorização no mercado global, o que resultou na diminuição do valor das exportações.

Entretanto, alguns produtos registraram aumento nos preços, como o café, a celulose e as carnes, compensando, em parte, as perdas observadas com os produtos mencionados. Em termos de volume, as exportações de mercadorias aumentaram 5,5%, impulsionadas principalmente pelo petróleo bruto, pelo café e pelas carnes. Contudo, os preços médios caíram 4,7% em relação ao mesmo mês de 2023.

Importações crescem com recuperação econômica

No lado das importações, o aumento foi impulsionado principalmente pela compra de componentes químicos, medicamentos e bens de capital, utilizados na produção de outros bens. Entre os itens mais importados, destacam-se os motores não elétricos, cujas compras cresceram 31,2% em novembro de 2024, em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

Embora o volume de motores importados tenha caído 12,9%, o valor pago por essas mercadorias subiu 50,7%, o que indica um aumento nos preços médios dessas compras. Esse fenômeno está relacionado à recuperação da economia, que tem gerado maior demanda por produtos industriais e componentes.

Desempenho por setores

Setores específicos da economia brasileira também apresentaram desempenhos distintos. O setor agropecuário foi o mais afetado pela redução nas exportações, devido ao fim das safras. O volume de mercadorias embarcadas caiu 23,1%, com uma redução de 3,4% no preço médio.

Já a indústria de transformação teve um desempenho positivo, com um aumento de 10,3% na quantidade exportada, enquanto os preços médios avançaram 0,2%. No setor da indústria extrativa, que inclui minérios e petróleo, a quantidade exportada subiu 21,2%, mas os preços médios caíram 16%, refletindo a desvalorização das commodities.

Estimativas revisadas para 2024

Em novembro, o governo revisou suas estimativas para o superávit comercial de 2024. A previsão caiu de US$ 79,2 bilhões para US$ 70 bilhões, uma redução de 28,9% em relação a 2023. A revisão é mais pessimista do que a projeção anterior, de julho, que indicava uma queda de 19,9%.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, as exportações brasileiras deverão cair 1,2% em 2024, totalizando US$ 335,7 bilhões. Já as importações devem crescer 10,2%, alcançando US$ 264,3 bilhões, devido ao aumento da demanda interna. A recuperação econômica do país é apontada como o principal fator para esse aumento nas compras externas.

Enquanto isso, o mercado financeiro apresenta uma previsão mais otimista. O boletim Focus, do Banco Central, estima um superávit de US$ 75 bilhões para 2024, o que sugere uma visão mais positiva sobre o comércio exterior brasileiro.

Em novembro de 2024, o Brasil enfrentou uma redução no superávit comercial, reflexo da desvalorização das commodities e do crescimento das importações. Embora a queda tenha sido significativa em termos percentuais, o superávit ainda ficou entre os melhores da história. O aumento das importações, impulsionado pela recuperação econômica, é um dos fatores principais para esse cenário. Apesar da revisão para baixo das previsões, o desempenho do comércio exterior brasileiro em 2024 continua sendo um reflexo das dinâmicas globais e internas.

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