domingo, setembro 8

Ricardo Gadêlha denuncia perseguição por seu irmão Túlio

Médico e político Ricardo Gadêlha acusa diretório municipal da Rede de orquestrar manobra para barrar sua pré-candidatura.

Ricardo Gadêlha critica ação do diretório da Rede e promete recorrer à executiva nacional para manter candidatura
Ricardo Gadêlha critica ação do diretório da Rede e promete recorrer à executiva nacional para manter candidatura. Foto: Reprodução

O médico e pré-candidato a vereador do Recife, Ricardo Gadêlha (Rede), considerou uma “aberração jurídica” a decisão do diretório municipal da Rede no Recife de rifar a sua pré-candidatura e da sua correligionária, Alice Gabino. Segundo ele, o motivo seria o apoio de ambos a Dani Portela (Psol), configurando infidelidade partidária.

“Foi literalmente uma tentativa de golpe, uma aberração jurídica. Tentaram tratorar uma candidatura legítima. Não gostaram da movimentação de apoio à candidatura de Dani Portela (Psol), que a Federação Rede-Psol inclusive referendou. Definimos em reunião que os nomes seriam Dani Portela e Alice Gabino (Rede). Durante minha pré-candidatura, defendi a decisão da federação. Alice e eu fomos extremamente fiéis a isso”, declarou Gadêlha.

Ricardo lançou sua pré-candidatura a vereador do Recife no último dia 30 de junho. Em entrevista à Folha de Pernambuco, ele afirmou que essa ação foi instrumentalizada pelo seu irmão, o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede).

Conflito Familiar e Partidário

“Apesar de eu e Alice sermos dirigentes dentro do diretório municipal, nós somos minoria lá. A maioria é composta, literalmente, por funcionários e assessores do deputado federal Túlio Gadêlha. Ou seja, tudo o que eles fazem é orquestrado pelo deputado. A verdade é essa”, enfatizou Ricardo Gadêlha.

Ricardo revelou que o deputado Túlio o impediu de concorrer outras vezes, sendo a eleição de 2022 a última ocasião em que rifaram seu nome. Naquele momento, ele almejava uma vaga no Legislativo Estadual.

“Não quis expor essa situação à época, escolhi preservar o nome do deputado por ser meu irmão, para não causar mal-estar na família. Na cabeça do deputado, ele é o único da família que pode ser político. Só ele pode brilhar. Agora não vou me calar diante de uma aberração dessas”, afirmou Ricardo.

Ele também lembrou que, em 2022, a Rede se posicionou contra o apoio à então candidata ao Governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB). Mesmo assim, o grupo de Túlio Gadêlha declarou apoio e ainda apoia a governadora.

Apoio da Executiva Nacional

Apesar da decisão, Ricardo reafirmou a sua pré-candidatura, que, de acordo com ele, terá o aval da executiva nacional do partido. Ele pretende recorrer à instância superior para solucionar o impasse.

“Não existe possibilidade dentro do que foi posto de a gente não conseguir colocar nossa candidatura. Vamos, sim, colocá-la. Temos amplo apoio da Rede nacional. A porta-voz, Heloísa Helena, está conosco. Esse esperneio da turma do deputado é inócuo, não vão conseguir barrar nossa candidatura”, afirmou.

Suporte Familiar

Ricardo Gadêlha reforçou que, pois a família apoia seu ingresso na política. Seus pais, irmãos e até familiares mais distantes já cobraram, então, o apoio de Túlio Gadêlha ao projeto político do médico.

“Desde 2020, quando Túlio não ofereceu nenhum tipo de apoio ao próprio irmão, toda a família diz: ‘Túlio, apoie o seu irmão, o que ele lhe fez?’ Túlio, como irmão mais novo, me viu fazendo política desde o movimento estudantil”, destacou Ricardo.

Relembrando a atuação no movimento estudantil, pois Ricardo afirmou que lá aprendeu a fazer a boa política, com diálogo com os diferentes. Ele não reconhece, contudo, as práticas do irmão na articulação política. “Fiquei enojado com essa manobra. Eles querem esmagar os diferentes”, disparou.

O Futuro de Ricardo Gadêlha

Ricardo Gadêlha mantém firme sua pré-candidatura, enquanto aguarda o desfecho das instâncias superiores do partido. A polêmica destaca as tensões internas na Rede Sustentabilidade e as complexidades das relações familiares no cenário político. Em suma, a situação revela os desafios que os pré-candidatos enfrentam para manter suas convicções e lealdades partidárias, enquanto navegam pelos interesses e dinâmicas internas de suas legendas.

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