Investigações da CPI do 8 de Janeiro revelam discrepâncias alarmantes nas finanças do ex-ajudante de ordens do presidente Bolsonaro.
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As investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro tomaram um rumo surpreendente com a quebra de sigilo bancário do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os números revelados são estarrecedores, evidenciando uma movimentação financeira muito além do que se imaginava até então. Entre os anos de 2020 e 2022, Cid movimentou a impressionante quantia de R$ 8,4 milhões, levantando sérias questões sobre a compatibilidade com sua renda como servidor público federal.
De acordo com os documentos, registros demonstram que, no período mencionado, foram depositados R$ 4,5 milhões em suas contas, enquanto saíram R$ 3,8 milhões. Essa cifra exorbitante contrasta fortemente com os rendimentos tributáveis declarados por Cid à Receita Federal, que totalizam uma média de R$ 318 mil anuais. Em outras palavras, o valor movimentado nas contas do oficial é cinco vezes superior ao que seria esperado com base em sua remuneração legal.
Além disso, os relatórios entregues à CPMI também apontam que Mauro Cid gerenciou outros R$ 2,3 milhões na qualidade de procurador das contas do ex-presidente Bolsonaro. O detalhamento das transações revela um pico de depósitos em fevereiro de 2020, totalizando R$ 119 mil naquele mês. No decorrer de três anos, as contas administradas por Cid na posição de procurador de Bolsonaro acumularam R$ 1,1 milhão em depósitos, contrastando com débitos no valor de R$ 1,2 milhão.
A documentação que embasa essas revelações é um relatório completo de movimentação financeira em contas correntes e de poupança. A análise minuciosa desse documento foi realizada pela Secretaria Especial de Receita Federal do Ministério da Fazenda, em resposta a um requerimento da relatora da CPMI do 8 de Janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
Essas descobertas geram uma nova onda de questionamentos e especulações sobre as relações entre o ex-ajudante de ordens e o ex-presidente Bolsonaro, bem como sobre a legalidade das movimentações financeiras em questão. A situação coloca os bolsonaristas, que inicialmente criaram a CPI para tentar ligar o Governo Lula ao vandalismo nos prédios dos três poderes, em uma posição delicada, já que suas próprias ações resultaram em uma reviravolta inesperada.
O desdobramento dessas informações promete impactar o cenário político de maneira significativa, à medida que a CPMI do 8 de Janeiro continua sua investigação. A repercussão das revelações financeiras de Mauro Cid poderá trazer novos desdobramentos para o panorama político nacional.
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