Evento de filiação reuniu petistas, bolsonaristas e socialistas, mostrando a estratégia da governadora para as eleições de 2026.

A filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD não foi apenas um ato protocolar; pelo contrário, foi um movimento político cuidadosamente articulado. Além disso, o evento reuniu figuras de diferentes espectros ideológicos, evidenciando a busca da governadora por ampliar sua base de apoio e consolidar sua governabilidade. Nesse contexto, o que se viu foi um encontro de pragmatismo, onde alianças improváveis dividiram espaço em nome de interesses estratégicos.
Um evento plural e estrategicamente calculado
A presença do deputado estadual João Paulo (PT), ex-prefeito do Recife e nome histórico da esquerda pernambucana, aponta para uma aproximação com o campo progressista. O gesto não é gratuito: filiada ao PSD, partido que integra a base do presidente Lula. Raquel Lyra precisa estreitar laços com Brasília para viabilizar projetos e destravar recursos para Pernambuco.
Mas não foi apenas com a esquerda que a governadora buscou diálogo. O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), um dos principais expoentes do bolsonarismo no estado, também marcou presença e teve espaço para discursar. A sinalização é clara: Raquel Lyra não quer ser rotulada e mantém pontes com setores da direita, reforçando sua posição de liderança ao centro do espectro político.
Outro nome que chamou atenção no evento foi o do deputado estadual Aglailson Victor (PSB). Historicamente adversário da governadora, o PSB governou Pernambuco por 16 anos e ainda mantém forte influência, principalmente no Recife. Sua presença mostra que, mesmo com embates eleitorais recentes, há socialistas dispostos a manter uma relação institucional com o governo estadual.
Raquel Lyra e o jogo político de olho no futuro
A filiação de Raquel Lyra ao PSD parece ser mais do que uma mudança de legenda: é um passo estratégico para ampliar seu campo de influência e se posicionar de maneira mais competitiva para as eleições futuras. Mirando as disputas para 2026, a governadora aposta em um caminho que foge da polarização e busca um espaço de interlocução com diferentes forças políticas.
A grande questão que fica é se essa estratégia de construção ampla será sustentável no longo prazo. Em um cenário político cada vez mais dividido, por isso, a capacidade de Raquel Lyra de manter aliados tão diversos sob um mesmo guarda-chuva pode ser testada à medida que os interesses eleitorais se intensificarem. Por ora, o movimento da governadora mostra um jogo político bem calculado, onde o pragmatismo se sobrepõe às rivalidades. O futuro dirá se a aposta foi certeira.
Pergunta que não quer calar: Raquel amplia o diálogo e constrói pontes com diversos grupos políticos, e João Campos faz o mesmo caminho, quem aglutinará mais apoios para 2026?

CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.