quinta-feira, novembro 21

Mortalidade Materna: Um alerta vital para a saúde pública

No próximo dia 28 de maio, é celebrado o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, data importante para conscientização.

Saiba quais são as principais causas de mortalidade materna
Saiba quais são as principais causas de mortalidade materna. Foto: Divulgação

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), aproximadamente 830 mulheres morrem todos os dias de causas evitáveis relacionadas à gravidez e ao parto em todo o mundo. Portanto, é crucial aumentar os esforços para melhorar o acesso aos cuidados de saúde. No Brasil, em 2022, a taxa de mortalidade materna voltou aos patamares pré-pandemia. Entretanto, o índice ainda é preocupante, com 57 mortes a cada 100 mil nascidos vivos.

As principais causas de óbitos entre gestantes no país são a hipertensão gestacional (pré-eclâmpsia). Hemorragias pós-parto (com destaque para a atonia uterina), infecções puerperais e tromboembolismo.

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A Hipertensão Gestacional e Seus Riscos

“Entender cada uma dessas condições, saber como preveni-las e ter acesso às opções de tratamento mais modernos e eficientes. São pontos fundamentais para melhorar essas estatísticas e salvar vidas. Pois muitas dessas mortes são evitáveis”, alerta Fabiana Ruas, ginecologista obstetra e Coordenadora da Maternidade do Hospital São Luiz Anália Franco, na zona Leste de São Paulo.

A pré-eclâmpsia é a principal causa de morte materna no mundo. Os médicos a caracterizam pela elevação da pressão arterial durante a gravidez. Durante o pré-natal, é possível identificá-la precocemente por meio da aferição da pressão arterial e avaliação médica. Os principais sintomas incluem dor de cabeça, dor na boca do estômago, alterações na visão e inchaço dos membros inferiores.

“Garantir um pré-natal regular e adequado para todas as gestantes. Identificar mulheres com maior risco (histórico de pré-eclâmpsia, hipertensão crônica, diabetes, obesidade, gravidez múltipla, entre outros). Recomendar aspirina em baixa dose a partir do segundo trimestre para aquelas com risco elevado, uso de medicamentos anti-hipertensivos específicos para gestantes. E o monitoramento da pressão arterial tem sido fundamentais para a redução das complicações relacionadas à pré-eclâmpsia”, comenta Dra. Fabiana Ruas.

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A Hemorragia Pós-Parto: Uma Ameaça Silenciosa

Dados do Ministério da Saúde apontam que a hemorragia pós-parto (HPP) é a segunda causa de morte materna no Brasil. Ela ocorre quando há uma perda de sangue de 500ml ou mais nas 24 horas seguintes ao parto.

“A principal causa de HPP é a atonia uterina, onde o útero não se contrai após o nascimento do bebê. Podendo trazer grandes riscos para a mãe, como a necessidade de transfusão sanguínea, retirada do útero e até a morte”, explica a ginecologista obstetra.

Durante o processo gestacional, o útero concentra uma grande quantidade de sangue. Após a retirada da placenta, a contração do órgão é responsável por “fechar” os vasos sanguíneos e iniciar a coagulação. No entanto, se isso não acontece corretamente, pode levar a um sangramento excessivo. Em suma, é crucial monitorar de perto esse processo para evitar complicações.

A prevenção e tratamento da atonia uterina foram significativamente aprimorados com o desenvolvimento de novos medicamentos, tecnologias, técnicas de manejo durante o parto. Protocolos de atendimento e capacitação das equipes assistenciais. “A principal novidade para tratamento da atonia uterina é o Sistema JADA, indicado para casos onde a medicação não surte o efeito desejado. Ele é aplicado facilmente por meio vaginal e conectado a um aspirador a vácuo. Responsável por criar pressão negativa dentro do útero, reproduzindo o mecanismo fisiológico de contração e auxiliando no controle do sangramento anormal”, explica Dra. Fabiana Ruas.

O Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, da Rede D’Or. Foi a primeira maternidade do Brasil a utilizar essa tecnologia para contenção de hemorragia pós-parto em fevereiro deste ano. “Foi um sucesso, a paciente apresentou contração uterina efetiva e parou o sangramento em menos de 2 minutos após a inserção. Teve boa recuperação e recebeu alta com seu filho”, lembra a especialista.

As Causas de Morte Materna

Outras duas causas importantes de morte materna são as infecções puerperais (contaminação por bactérias após o parto, afetando o útero e outras partes do trato reprodutivo). E o tromboembolismo (quando coágulos sanguíneos se formam nas veias, podendo se deslocar para os pulmões).

“A maioria das mortes maternas são evitáveis, por isso é essencial conscientizar sobre a importância de realizar corretamente o pré-natal desde a descoberta e início da gestação. Identificar doenças e fatores de risco de forma precoce também permite planejar o necessário para realizar um parto seguro”, orienta a Coordenadora da Maternidade.

Conscientização e Prevenção: A Chave para Salvar Vidas

No Hospital São Luiz Anália Franco, as gestantes encontram toda a estrutura necessária para realização correta do pré-natal de risco habitual e de alto risco. Bem como parto, pós-parto, diagnóstico e tratamento de doenças maternas, fetais e neonatais.

Referência na zona Leste de São Paulo, a unidade conta com a tradição e a excelência da marca São Luiz, uma das mais tradicionais do país. Oferece ainda serviços como Curso Preparatório para Pais. Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno, unidade de Medicina Fetal, UTI Materna e uma UTI Neonatal de ponta com 17 leitos para tratamento de recém-nascidos que requerem cuidados especiais.

👩‍⚕️ Contudo, a celebração do Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna reforça a importância da conscientização. E do debate contínuo sobre práticas e políticas de saúde que possam garantir um futuro mais seguro para as gestantes brasileiras.

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