sexta-feira, março 14

Jô critica privatização do Parque da Jaqueira por João Campos

Vereadora Jô Cavalcanti critica privatização e alerta para os impactos na democratização do lazer no Recife.

Vereadora do PSOL, Jô Cavalcanti criticou a privatização promovida pela gestão João Campos. Foto: Divulgação
Vereadora do PSOL, Jô Cavalcanti criticou a privatização promovida pela gestão João Campos. Foto: Divulgação

A recente decisão do prefeito João Campos (PSB) de privatizar a administração do Parque da Jaqueira. Um dos principais espaços públicos de lazer do Recife, gerou intensos debates na Câmara Municipal. A vereadora Jô Cavalcanti (PSOL) se posicionou de forma crítica contra a medida, levantando preocupações sobre a exclusão social e a perda da função pública do local. Além disso, a parlamentar questionou a retirada da pista de bicicross, uma mudança que afeta diretamente os frequentadores do parque, especialmente os jovens e esportistas.

A privatização dos espaços públicos e seus impactos

A entrega da gestão da Jaqueira para a empresa Viva Parques do Brasil evidencia uma tendência crescente da atual administração em delegar equipamentos públicos à iniciativa privada. João Campos defende a medida como uma forma de modernizar e melhorar a gestão dos parques. Mas a grande questão que se coloca é: quem realmente se beneficia dessas mudanças?

Se por um lado a iniciativa privada pode trazer melhorias estruturais e manutenção qualificada. Por outro, há o risco real de elitização do espaço, restringindo o acesso da população mais pobre. A cobrança de taxas para atividades antes gratuitas, a instalação de serviços pagos e a modificação dos espaços sem diálogo com a comunidade preocupam a população e exigem debate urgente.

João Campos e sua gestão insistem em medidas que colocam em risco o caráter público dos espaços da cidade. A política de concessões já virou marca de sua administração, e a sociedade precisa avaliar com cautela os impactos dessas decisões.

O direito ao lazer e a função social dos parques

Os parques urbanos são essenciais para garantir o direito ao lazer, à saúde e ao convívio social. A vereadora Jô Cavalcanti foi precisa ao afirmar que a função de um parque público é democratizar os espaços. A Jaqueira, ao longo de décadas, construiu uma relação afetiva e cultural com os recifenses. Qualquer mudança que altere essa dinâmica deve ser amplamente discutida com a sociedade.

A retirada da pista de bicicross, por exemplo, representa um retrocesso para os esportistas e jovens que utilizavam o equipamento como uma opção de lazer e prática esportiva. Essa decisão, sem uma justificativa clara e sem alternativas viáveis, gera um impacto negativo direto na qualidade de vida dos usuários do parque.

É possível modernizar sem excluir?

A modernização dos parques só é válida quando envolve participação popular e transparência. As melhorias estruturais precisam beneficiar toda a população, sem transformar um espaço público em um ambiente restrito a quem pode pagar. Em várias cidades, a privatização da administração de parques já levou à perda de áreas de uso coletivo, à imposição de regras mais rígidas e à comercialização exagerada do lazer.

A sociedade recifense deve acompanhar de perto a iniciativa do prefeito João Campos. O alerta feito por Jô Cavalcanti precisa mobilizar a população para exigir que a gestão privada respeite o caráter público do espaço e que as mudanças não levem à elitização do Parque da Jaqueira. O direito à cidade não pode virar mercadoria, e o lazer deve continuar acessível a todos.

O Parque da Jaqueira é um patrimônio da cidade do Recife e deve continuar sendo um espaço de inclusão e convivência. A privatização da sua administração não pode significar a restrição do acesso e a descaracterização de sua função social. É papel da sociedade civil e dos representantes políticos fiscalizar essa transição para garantir que o parque continue sendo um local democrático, onde todas as pessoas, independentemente de sua condição financeira, possam usufruir plenamente.

A cidade pertence a quem nela vive e a luta pelo direito ao lazer é uma luta pelo direito à cidade.

Pergunta que não quer calar:

A privatização do Parque da Jaqueira realmente visa a melhoria do espaço para todos ou apenas atende a interesses econômicos que podem excluir a população mais pobre?

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