MIMO retorna a Olinda em 2025 com shows gratuitos, artistas nacionais e internacionais, ocupando igrejas, praças e espaços históricos da cidade.

Após sete anos de pausa, o festival MIMO (Mostra Internacional de Música em Olinda) retorna à cidade histórica em setembro de 2025, ocupando igrejas, praças e conventos, e trazendo novamente uma programação internacional gratuita. O evento é considerado um dos maiores festivais de música gratuita da América Latina e marca o reencontro da cidade com sua criação cultural.
Origem e crescimento da MIMO
Criada em 2004 por Lu Araújo, a MIMO nasceu com uma proposta inovadora: levar música de qualidade internacional a espaços históricos de Olinda, como a Igreja da Sé, o Convento de São Francisco e a Praça do Carmo. Desde o início, o festival abraçou a diversidade, reunindo estilos que vão do erudito ao jazz, do popular ao experimental.
Entre 2012 e 2015, a MIMO se tornou itinerante, percorrendo cidades como Ouro Preto, Paraty, Tiradentes, João Pessoa, Rio de Janeiro e São Paulo. Essa expansão consolidou sua reputação nacional e ampliou o acesso da população à programação gratuita e de alto nível artístico.
A internacionalização ocorreu em 2016, com edições em Portugal, em cidades como Amarante, Porto e Lisboa. A experiência internacional reforçou a missão do festival: promover cultura gratuita e de qualidade em locais de relevância histórica, com concertos, cinema, workshops e fóruns de discussão.
Palcos e artistas que marcaram a história
Ao longo de suas edições, a MIMO recebeu artistas renomados, nacionais e internacionais. Entre eles estão Herbie Hancock, Milton Nascimento, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Yamandu Costa, Marcus Miller, Naná Vasconcelos, João Bosco, Hamilton de Holanda, Lenine e João Donato. Cada edição construiu uma programação rica e diversa, transformando o festival em uma verdadeira enciclopédia viva da música mundial.
O uso de igrejas e conventos como palcos proporcionou um diálogo único entre arquitetura histórica e música contemporânea. Os sons ecoavam entre paredes centenárias, criando experiências sensoriais que uniam passado e presente.
Programação do retorno em 2025
Entre os dias 12 e 14 de setembro de 2025, a MIMO ocupará novamente Olinda, com mais de 40 atrações. A programação inclui:
- Edu Lobo: concerto na Igreja da Sé.
- Amaro Freitas: piano com septeto para encerrar o festival.
- Cordel do Fogo Encantado: retorno com formação original.
- Hamilton de Holanda: virtuoso no bandolim.
- Juliana Linhares: performance vocal intensa.
Artistas internacionais também participarão, como:
- Roberto Fonseca (Cuba) com La Gran Diversión.
- Trio Ibéria homenageando Paco de Lucía.
- Anne Paceo, Samy Thiébault, Baptiste Herbin e Nicolas Gardel (França).
- Votia da Ilha da Reunião, com maloya ancestral.
- Delgrès: blues crioulo.
Além dos concertos, a programação inclui cinema, oficinas e debates, reforçando o caráter multidisciplinar do festival e seu compromisso com educação e troca de ideias.
Impacto cultural e social
O retorno da MIMO não é apenas simbólico; é também uma celebração da memória musical e cultural de Olinda. Segundo especialistas em cultura, festivais como este contribuem para a valorização do patrimônio histórico, atraem turismo e fomentam a economia criativa local.
A presença de artistas consagrados, combinada com o acesso gratuito, democratiza o consumo cultural, permitindo que moradores e visitantes experimentem música erudita, popular e experimental de forma inclusiva.
Perspectivas para o futuro
Com sua volta, a MIMO reafirma seu papel como um festival de alcance internacional que nasceu em Olinda e ganhou o mundo. A expectativa é que o festival continue a expandir fronteiras, mantendo a tradição de unir música, história e comunidade.
Para o público local, o festival representa um reencontro com a própria identidade cultural da cidade, que, segundo historiadores, encontrou na MIMO uma forma de diálogo entre passado e presente.
A Mostra Internacional de Música em Olinda retorna como símbolo de resistência e expansão cultural. Ao ocupar novamente ladeiras, igrejas e praças, a MIMO comprova que a música gratuita e de qualidade pode ser acessível a todos, sem perder sua sofisticação e diversidade. Entre memória e inovação, Olinda se prepara para três dias de celebração artística que reafirmam seu papel de cidade-mãe de um festival que conquistou o mundo e agora volta para casa.

Graduado em História, com especialização em Ensino de História das Artes e das Religiões, e em Logística, com MBA em Gestão da Produção. Amante das artes e da percussão, é escritor de contos, músicas, poesias, cordéis e esquetes teatrais. Já atuou como ator em peças de teatro, unindo paixão pela cultura e expressão artística.