quarta-feira, março 12

Economia brasileira cresce 3,5% em 2024, aponta FGV

O PIB do Brasil cresceu 3,5% em 2024, segundo a FGV. Setores como indústria e serviços impulsionaram o resultado. Saiba mais sobre os dados da economia.

Economia do país cresce 3,5% em 2024, diz FGV. Foto - Marcello Casal Jr
Economia do país cresce 3,5% em 2024, diz FGV. Foto – Marcello Casal Jr

A economia brasileira registrou crescimento de 3,5% em 2024, de acordo com estimativas do Monitor do PIB, estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado nesta segunda-feira (17). Apesar do avanço, a expansão foi menor do que nos trimestres anteriores, sugerindo uma desaceleração no ritmo econômico.

Com esse desempenho, o Brasil acumula quatro anos consecutivos de crescimento econômico, após a retração de 3,3% em 2020. Em 2023, o PIB avançou 3,2%, reforçando uma tendência positiva.

Expansão desacelera no fim do ano

Os dados da FGV indicam que a economia cresceu 0,3% em dezembro, na comparação com novembro. Já no quarto trimestre de 2024, houve alta de 0,4% em relação ao trimestre anterior. O ritmo é inferior ao do segundo trimestre (+1,4%) e do terceiro (+0,8%), demonstrando uma desaceleração gradual.

A coordenadora da pesquisa, economista Juliana Trece, destacou que indústria, serviços e consumo das famílias foram os principais responsáveis pelo crescimento. “O Brasil teve um ótimo resultado em termos de atividade econômica”, afirmou.

Setores e indicadores do PIB em 2024

Destaques do crescimento econômico

  • Consumo das famílias: alta de 5,2%
  • Investimentos (FBCF): aumento de 7,6%
  • Exportações: crescimento de 3,7%
  • Importações: avanço de 14,3%, o que reduz o PIB

Já o setor agropecuário, que impulsionou a economia em 2023, apresentou queda de 2,5% no acumulado de 2024.

Valores recordes no PIB e na produtividade

O PIB brasileiro alcançou R$ 11,655 trilhões, o maior da série histórica. O PIB per capita, que reflete o valor total da economia dividido pela população, atingiu R$ 56.796, também um recorde.

Por outro lado, a produtividade da economia caiu 0,3% em relação a 2023, somando R$ 100.699 por trabalhador. O valor ainda é 3,3% inferior ao pico de 2013.

A taxa de investimento da economia aumentou, passando de 16,4% em 2023 para 17,2% em 2024.

Perspectivas para 2025: desafios à frente

Apesar dos resultados positivos em 2024, especialistas alertam para desafios internos e externos que podem impactar o crescimento em 2025.

1. Juros elevados e impacto nos investimentos

Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano. Nesse contexto, o Banco Central utiliza os juros como ferramenta para controlar a inflação. No entanto, esse aumento pode, por um lado, ajudar a conter os preços, mas, por outro, tende a desestimular investimentos e, consequentemente, o crescimento econômico.

A economista Juliana Trece destaca que a política monetária restritiva afeta especialmente os investimentos produtivos. O Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou um possível aumento da Selic em março, devido à inflação acumulada de 4,56% nos últimos 12 meses.

2. Tensões comerciais internacionais

Outro fator de preocupação é o impacto das novas tarifas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos. O presidente Donald Trump determinou a aplicação de sobretaxas sobre aço, alumínio e etanol, o que pode afetar exportações brasileiras para o país.

Segundo analistas, a medida pode comprometer o desempenho da balança comercial do Brasil em 2025.

Monitor do PIB vs. IBGE: quando sai o dado oficial?

O Monitor do PIB da FGV é uma prévia do desempenho econômico, mas o dado oficial do Produto Interno Bruto é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado oficial de 2024 será conhecido em 7 de março. Enquanto isso, outra estimativa, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), apontou um crescimento de 3,8% para o ano passado.

Resumo: Brasil mantém crescimento, mas incertezas persistem

O Brasil encerrou 2024 com crescimento de 3,5%, impulsionado por consumo, indústria e serviços. No entanto, a desaceleração no último trimestre e os desafios para 2025, como juros elevados e barreiras comerciais, levantam preocupações para o futuro da economia.

A expectativa agora se volta para os próximos passos do governo e do Banco Central na condução da política econômica diante desse cenário.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *