A UNAIDS alerta que, se os Estados Unidos não restaurarem ou substituírem o financiamento até abril de 2025, o mundo poderá enfrentar um aumento significativo de infecções por HIV e mortes por Aids.

Nesta segunda-feira, a agência de Aids das Nações Unidas (UNAIDS) emitiu um alerta sobre as graves consequências da possível redução no financiamento dos Estados Unidos para o combate ao HIV/Aids. A diretora-executiva do UNAIDS, Winnie Byanyima, afirmou que, caso a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) não reponha ou substitua os recursos até abril de 2025, o mundo poderá registrar um aumento expressivo de novas infecções e mortes relacionadas à Aids.
Situação atual e projeções preocupantes
Primeiramente, Byanyima destacou que a falta de apoio financeiro pode levar a até 2.000 novas infecções por HIV por dia, acelerando a disseminação do vírus. Além disso, ela explicou que a interrupção do financiamento já está afetando serviços de saúde, provocando o fechamento de clínicas e a demissão de milhares de profissionais. O que prejudica diretamente o tratamento de pessoas com HIV.
Ademais, a diretora alertou que, sem a retomada dos recursos, o mundo poderá enfrentar mais 6,3 milhões de mortes por Aids até 2029. “Se os Estados Unidos não retomarem o financiamento até o fim da pausa de 90 dias, em abril, as projeções indicam um aumento drástico no número de óbitos”, afirmou Byanyima.
Consequências da suspensão dos recursos
Desde janeiro de 2017, o então presidente Donald Trump suspendeu grande parte da ajuda externa dos EUA. Gerando polêmicas sobre os efeitos nas iniciativas globais de saúde. Embora o Departamento de Estado tenha garantido a continuidade de programas como o PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da Aids), os serviços de saúde já sofrem impactos graves.
Vale ressaltar que o UNAIDS, responsável por coordenar a resposta global ao HIV/Aids, recebeu cerca de US$ 50 milhões dos EUA no ano passado, o que corresponde a 35% de seu orçamento. Sem esses recursos, a organização enfrentará dificuldades para manter projetos de prevenção e tratamento, o que pode reverter avanços no combate à pandemia, especialmente em países de baixa e média renda.
Justificativas do governo dos EUA
Por um lado, o governo Trump defendeu os cortes como parte da política “America First”, alegando a necessidade de reduzir gastos e combater supostos desperdícios. Nesse sentido, o secretário de Estado Marco Rubio afirmou que o governo faria exceções para programas essenciais que salvam vidas.
Por outro lado, críticos argumentam que a medida ameaça os progressos no controle da epidemia, já que novos casos e mortes ainda ocorrem em escala alarmante. Dessa forma, a falta de financiamento pode comprometer décadas de esforços globais.
O que está em jogo no combate ao HIV/Aids
Atualmente, programas como o PEPFAR e o UNAIDS desempenham um papel fundamental na prevenção e no tratamento do HIV. No entanto, sem o apoio financeiro necessário, os avanços podem ser perdidos, o que afetaria milhões de pessoas em todo o mundo.
Portanto, a decisão dos EUA sobre o financiamento será crucial. Ao mesmo tempo, outros países e organizações internacionais precisarão agir para compensar a possível lacuna e evitar um retrocesso na luta contra a Aids.
Em resumo, a redução do financiamento dos EUA representa uma séria ameaça ao controle do HIV/Aids. Diante disso, a reposição ou substituição dos recursos é essencial para evitar o colapso de serviços de saúde e o aumento de infecções e mortes. Assim, a comunidade internacional deve unir esforços para garantir que os progressos alcançados não sejam perdidos.

CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.