Em Recife, Camilo Santana negou ruído entre Lula e Raquel Lyra, destacou parceria do MEC com Pernambuco e reforçou cooperação pela educação.
Durante agenda em Recife, nesta quarta-feira (27), o ministro da Educação, Camilo Santana, negou que exista qualquer afastamento político entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD).
A declaração ocorreu após questionamentos sobre a ausência da governadora em um evento previsto para ocorrer na capital pernambucana. Santana havia sido convidado para participar de um aulão preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), onde havia expectativa de encontro com a gestora estadual. Entretanto, Raquel cancelou sua participação, o que levou à suspensão da atividade.
“Ao contrário [de afastamento]. A governadora Raquel é uma parceira importante, esteve recentemente na solenidade do prêmio nacional do MEC. Sei o que é a agenda de governador. Já fui governador e sei que às vezes acontecem contra-tempos, mas vamos remarcar. Já fiz várias agendas com Raquel e voltarei outras vezes aqui para construirmos agendas conjuntas. Até porque, a importância de olhar para educação é essa força de regime de colaboração entre governo do estado e governo federal”, afirmou o ministro.
Reconhecimento em educação e cultura
Na parte da manhã, Camilo Santana recebeu a Medalha Massangana na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). A honraria reconhece personalidades que se destacam pela atuação em favor da educação e da cultura no Brasil.
Durante a cerimônia, autoridades locais e representantes da área educacional destacaram a relevância das políticas implementadas pelo Ministério da Educação nos últimos dois anos.
Em seguida, o ministro se dirigiu à Prefeitura do Recife, onde foi recebido pelo prefeito João Campos (PSB). No encontro, discutiram parcerias voltadas à área educacional e projetos de cooperação entre a União e o município.
Agenda cancelada e bastidores políticos
O cancelamento da participação da governadora em um dos eventos alimentou rumores de distanciamento político entre a gestão estadual e o Palácio do Planalto. No entanto, Camilo Santana negou a hipótese e disse compreender as dificuldades de agenda.
“Já fui governador do Ceará e sei que compromissos de última hora podem surgir. Isso não significa falta de parceria. Pelo contrário, temos uma relação de cooperação e pretendemos ampliar nossas agendas conjuntas”, reforçou.
A fala busca reduzir especulações em torno da relação entre Lula e Raquel Lyra, que pertencem a campos políticos distintos. Enquanto o presidente lidera o governo federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), a governadora é filiada ao Partido Social Democrático (PSD), legenda que mantém posição de independência no Congresso.
A importância da colaboração federativa
Para o ministro, a cooperação entre União e estados é essencial para o avanço de políticas públicas em educação. Ele destacou o regime de colaboração previsto pela Constituição e reforçou que o Ministério da Educação tem buscado ampliar investimentos em parceria com governos estaduais e municipais.
Entre as ações recentes do MEC, Santana citou:
- Expansão de escolas em tempo integral, com apoio financeiro e técnico da União;
- Reforço no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), garantindo material atualizado para estudantes;
- Investimentos em infraestrutura escolar, especialmente em regiões de vulnerabilidade social;
- Programas de apoio a professores e gestores escolares, voltados à formação continuada.
De acordo com o ministro, Pernambuco é um estado estratégico para o fortalecimento dessas políticas, devido ao histórico de bons resultados educacionais, como o avanço no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Visões distintas no cenário político
Analistas políticos ouvidos pela reportagem afirmam que a relação entre Lula e Raquel Lyra, embora marcada por diferenças partidárias, tem se mantido em nível institucional. A governadora tem buscado manter diálogo com o governo federal em áreas estratégicas, como infraestrutura e segurança pública.
Especialistas ressaltam que, em um cenário de polarização nacional, o discurso de cooperação em torno da educação pode funcionar como um ponto de convergência entre atores políticos de diferentes campos ideológicos.
Por outro lado, há quem interprete o episódio como um sinal de cautela por parte da governadora. A ausência em eventos conjuntos com representantes do governo federal pode estar relacionada à necessidade de manter equilíbrio no diálogo político com outras forças em Pernambuco.
Camilo Santana afirmou que novas agendas com a governadora Raquel Lyra já estão em discussão. Segundo ele, o MEC continuará priorizando ações em Pernambuco, especialmente ligadas à preparação para o Enem 2025 e à expansão das escolas em tempo integral.
“O importante é mantermos o foco na educação. Essa é uma pauta que deve unir governos, independentemente de diferenças partidárias. Pernambuco tem sido referência em diversas iniciativas, e queremos fortalecer ainda mais essa parceria”, disse o ministro.
CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.