PSOL oficializa Jô Cavalcanti como pré-candidata ao Senado e reforça aposta em lideranças dos movimentos sociais.

A vereadora do Recife, Jô Cavalcanti (PSOL), foi anunciada como pré-candidata ao Senado Federal nas eleições de 2026 pelo diretório estadual do PSOL em Pernambuco. A decisão, tomada por unanimidade, marca uma estratégia da sigla de apostar em lideranças oriundas dos movimentos sociais e das periferias.
Jô é mulher negra, camelô, feminista e atua como coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Em sua trajetória política, destacou-se como uma das integrantes do mandato coletivo JUNTAS, eleito para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) em 2018.
“É urgente que mulheres negras, periféricas e do campo progressista ocupem cadeiras no Congresso Nacional”, afirmou a vereadora.
Uma candidatura com base em pautas sociais
A pré-candidatura de Jô Cavalcanti está alicerçada em pautas como:
- Direito à moradia digna
- Valorização do trabalho informal
- Combate ao racismo estrutural
- Inclusão de vozes populares no Senado
Segundo a pré-candidata, o Senado precisa representar melhor a diversidade da população brasileira. “Nossa luta é para transformar um espaço historicamente elitizado e conservador”, disse ela em entrevista à imprensa local.
Apoio unânime dentro do PSOL
O presidente estadual do PSOL, Samuel Herculano, comemorou a unidade partidária nas definições para 2026. Além de Jô Cavalcanti para o Senado, o partido também confirmou Ivan Moraes, ex-vereador do Recife, como pré-candidato ao Governo de Pernambuco.
“Jô representa a força das ruas, dos movimentos e das mulheres que resistem. É uma liderança de luta, com compromisso e história nas causas populares”, afirmou Herculano.
Contexto eleitoral e representatividade
O PSOL tem buscado ampliar sua representação nacional apostando em nomes com forte inserção nos movimentos sociais. A candidatura de Jô Cavalcanti segue a linha de outras figuras do partido, como Guilherme Boulos e Sônia Guajajara, que também se projetaram a partir de suas atuações em comunidades populares e causas identitárias.
Segundo dados do Senado Federal, atualmente apenas 15 dos 81 senadores são mulheres, e nenhuma é mulher negra. Essa realidade, segundo especialistas, demonstra um déficit histórico de representatividade.
“A presença de lideranças negras e periféricas é essencial para o fortalecimento da democracia brasileira”, analisou a cientista política Paula Ferreira, em entrevista ao Nexo Jornal.
Próximos passos
A oficialização da candidatura de Jô Cavalcanti deverá ocorrer nas convenções partidárias previstas para o segundo semestre de 2026. Até lá, ela deve intensificar o diálogo com a militância e os movimentos de base em todo o estado.
O PSOL deve continuar consolidando alianças com outros partidos do campo progressista, como o PT, PSB e PCdoB, embora ainda não haja definições sobre coligações majoritárias em Pernambuco.
A pré-candidatura de Jô Cavalcanti ao Senado pelo PSOL representa um movimento estratégico para fortalecer a presença de lideranças populares e periféricas no Congresso Nacional. Com uma trajetória marcada pela luta social e pela representação das minorias, sua entrada na disputa reforça o debate sobre diversidade, inclusão e justiça social no cenário político brasileiro.

CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.