Moradores e vereadores acusam a gestão Mary Gouveia de crime ambiental por cortes de árvores sem justificativa técnica.

Uma recente intervenção da Prefeitura de Escada, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, provocou intenso debate nas redes sociais e na Câmara Municipal. A administração da prefeita Mary Gouveia (PL) realizou uma poda drástica de árvores no centro da cidade, nas imediações da Praça de Carros, e no bairro Maracujá, próximo à UPAE. A ação gerou fortes críticas de parlamentares da oposição e de setores da população, que levantaram dúvidas sobre a legalidade e a motivação da medida.
Parlamentares apontam possível crime ambiental
Os vereadores Elias Ribeiro (PSB) e Pedro Jorge (Avante) foram os primeiros a se manifestar publicamente contra a iniciativa da prefeitura. Em vídeos e postagens nas redes sociais, ambos classificaram a intervenção como um crime ambiental, citando que o corte de árvores urbanas sem justificativa técnica adequada pode violar a legislação ambiental brasileira, como a Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais).
Segundo os parlamentares, a informação obtida por interlocutores da Câmara é de que a gestão municipal planeja expandir a prática para outros bairros, o que elevou o tom das críticas e preocupações ambientais.
“Enquanto cidades do Brasil inteiro promovem o plantio de árvores, Escada está indo na contramão, eliminando sombra, oxigênio e vida urbana”, afirmou Pedro Jorge.
Ex-candidato Jadson Caetano também se posiciona
O ex-candidato a prefeito Jadson Caetano (PSD) também se posicionou contra a iniciativa da gestão Mary Gouveia. Em suas redes sociais, ele lamentou o corte das árvores e cobrou transparência e planejamento urbano sustentável. Segundo ele, faltou diálogo com a população e com especialistas ambientais antes da execução do serviço.
“É inadmissível que árvores adultas sejam removidas sem estudos técnicos divulgados. A cidade precisa de mais verde, não menos”, escreveu Jadson.
Prefeitura ainda não apresentou justificativa oficial
Até o momento da publicação desta matéria, a Prefeitura de Escada não divulgou nota oficial explicando os motivos para a poda, tampouco apresentou laudos técnicos que atestem a necessidade do procedimento. Procurada pela reportagem por meio dos canais institucionais, a assessoria da prefeitura não respondeu aos questionamentos enviados até o fechamento da matéria.
A ausência de informações formais agrava as suspeitas da oposição e aumenta o clamor por uma investigação mais aprofundada sobre os critérios adotados para o corte das árvores.
O que diz a legislação ambiental?
De acordo com o Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651/2012), o manejo de vegetação em áreas urbanas requer autorização do órgão ambiental competente. Poda ou corte sem justificativa técnica e sem autorização pode configurar infração administrativa e crime ambiental.
Além disso, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabelece diretrizes para a manutenção de áreas verdes urbanas, que devem priorizar o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida da população.
A importância das árvores na cidade
Especialistas em urbanismo e meio ambiente apontam que as árvores nas cidades têm papel fundamental:
- Redução da temperatura e sensação térmica;
- Melhoria da qualidade do ar;
- Retenção de águas pluviais e prevenção de enchentes;
- Abrigo para fauna urbana;
- Estímulo ao bem-estar social e psicológico.
Eliminar ou reduzir a arborização urbana sem substituição adequada pode comprometer esses benefícios, além de afetar diretamente a saúde da população.
A poda drástica realizada pela Prefeitura de Escada expôs um embate entre a gestão municipal e setores da oposição, com críticas que apontam desde possível ilegalidade até descaso com o meio ambiente urbano. Enquanto a gestão ainda não esclareceu os motivos da ação, cresce o apelo por transparência, participação popular e respeito às normas ambientais. O caso segue sendo acompanhado por ambientalistas, vereadores e pela população local.

CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.